segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Saramago fechou o blog

José Saramago, escolheu o dia de ontem para deitar o ferrolho (temporalmente espero) ao seu blog. O mesmo blog que serviu para uma colectânea de "posts" a que deu o nome de "O Caderno". Curiosa coincidência, ontem mesmo, 31/08, terminei a sua leitura. Ler O Caderno foi, durante aproximadamente uns 10 dias, como ler o jornal de ontem, o de hoje e o de amanhã. Está tudo lá, só que exemplarmente escrito. Estão todos lá, com precisão descritos. Nesses "instantâneos", Bush, o Papa, Aznar, Sarkozy, os Israelitas genocidas de hoje, os judeus massacrados de há 70 anos, alguns políticos sérios, os banqueiros, a gente boa e a gente menos boa, não têm retoques. Estão tal e qual a lente do "olho sensível" do escritor os captou. E como não lhe tremeu a mão, ninguém saíu desfocado.
Enquanto espero que o reabra, vou viajar com o Elefante. Quem já leu disse-me que não tem perda.

domingo, 23 de agosto de 2009

CUA BARRIGA CHEIA DE... CULTURA!


Ontem o dia foi pleno. À seca de andar às compras de torneiras e candeeiros, para acabar a reforma em casa, seguiu-se um rápido almoço, servido num sítio onde, não fosse a proximidade ao apartamento onde estamos a viver durante estas semanas de obra, nunca teríamos entrado. Isto, obviamente, faz-me pensar na importância que tem o PR, isto é, saber anunciar-se e tornar-se apelativo. Nos tempos que correm, em que toda a publicidade dos media visual vem carregada desse "erotismo unilateral" (como o definia ontem mesmo o meu amigalhaço - muito mais que amigo - e ex-companheiro de estrada, António Pinho Vargas) e que supõe que o "bom-bom" que anuncia a máquina de manutenção muscular, por mais que se me insinue desde dentro do plasma, nunca vai estar ao alcance dos meus "dentes". Ou seja que de interactividade. nada.
Pois aquele restaurante, com aspecto misto de cafetaria de aldeia, pizzeria de praia ou tasca galega sem carácter, era a prova mais que evidente de que o povo dita com sabedoria: As aparências iludem.
O guisado de escabeche de tronco de atum que servem no "Cáscaras" era realmente uma delícia como poucas. E barato!
Antes que se fizesse tarde, rumamos ao sul e, passado o rio Minho, lá estávamos em Cerveira em plena Bienal de Arte e em dia de feira. Duas pelo preço de uma, não se podia pedir mais.

Ao contrário do Cáscaras, mas desmentindo o ditado, a Taberna do Cais (nas fotos), na zona velha, a chegar ao rio, é um local privelegiado para tomar um bom fino de Dominus e uns tremoços, para depois empreender caminho até ao Largo do Município.
Aí foi quando deparamos com o cartaz que anunciava o recital de Pinho Vargas no Auditório Municipal. Como é óbvio, não ia perder esta oportunidade de ver o António, depois de muitos anos de desencontro. Abusando da minha condição de "figura pública" (assim me chamaram no Bom Dia Portugal) lá consegui que nos infiltrassem no Sound Check e que ainda passássemos uns agradáveis momentos com o pianista.
A tarde continuava quente e a vila fervilhava de turistas, feirantes e visitantes da Bienal. Nós lá fomos em busca de mais experiências. Duas exposições mais tarde, dirigímo-nos ao centro e, na esplanada da Adega Real, uma mesa reservada com antecedência e uma "pá" de cabrito esperavam por nós. Indescritível sem deixar nódoas de baba.
Às 10 em ponto estávamos sentados na 5ª fila do Auditório, ao ar livre, com uma temperatura mais que agradável e o concerto teve início.
Excelente recital, som impecável. António Pinho Vargas no seu melhor como executante. A testemunhá-lo, a ovação de uma casa cheia, de pé, antes e depois de um merecidíssimo "encore". Um som cheio, harmonicamente rico e excitante. Entrecortado pelas apresentações do artista, com esse toque de humor que reconheço desde há 40 anos.
Fica uma pequena amostra captada "à socapa" com o telemóvel, do tema Tom Waits.



No fim, o encontro com managers e produtores (alguns velhos conhecidos) e mais uns agradáveis momentos antes de por rodas ao caminho em direcção a Vigo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Eixo Rock com balanço mais que positivo

Pois é verdade, o Eixo Rock foi todo um êxito e não só para os Trabalhadores (mas também). Não o dizemos nós. Confirma-o essa incrível multidão que por lá passou na sexta e no sábado. É certo que nós temos que estar especialmente agradecidos pela espectacular quantidade de povo que se juntou para ouvir a Lucinda a chegar a Campanhã, e que ficou algo mais de uma hora, incondicionalmente à nossa disposição, já fosse para ouvir um tango, ver-nos a caçar moscas ou abanar as "mãozinhas" como se de um "arraial pimba" se tratasse. E apesar de tudo isto ainda tiveram folego para pedir um BIS... e nós para subir com todo o "sacrifício da nossa alma" (Soul Sacrifice - Carlos Santana) e acender a chama da Lareira, com a ajuda da voz "incendiária" da Basto. Podíamos ter tocado melhor, mais limpinho e com mais requintes e nuances. Mas não nos tivéssemos divertido tanto, nem estaríamos agora tão satisfeitos e de barriga cheia. E o João merecia-o, pois no dia seguinte lá foi ele outra vez de malas aviadas para o reino da Isabel Segunda. Quem lá esteve que comente. Quem fez fotos que as mande.





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Por aqui quero deixar o meu mais sincero agradecimento ao profissionalismo e boa onda de todas as bandas. Cada uma no seu estilo, provaram o que não me canso de repetir: Que um festival pode e deve ser uma amostra de muitas e variadas tendências.
A eficiência da equipa da Audio Luz ficou neste Eixo Rock contrastada (opinião recolhida perto de todas as bandas). O restaurante do Parque da Aguda serviu-nos impecavelmente. A Gaianima e o Pelouro da Cultura do Município de Gaia só podem ser felicitados pela ideia e pela organização. Todos os participantes contribuiram para um inesquecível fim de semana de boa convivência naquele recinto do Senhor da Pedra, que pede que se repitam aí os eventos, já andem nos eixos ou fora deles.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A ENTREVISTA PERDIDA (parte 2)

Aqui está a segunda parte do vídeo com a Entrevista de Sábado dia 1 de Agosto no Bom Dia Portugal
Desde já queremos deixar aqui testemunho da nossa disponibilidade para fornecer à RTP a gravação integral da 3ª parte do Bom Dia Portugal daquele sábado, com qualidade AVI, afim de poder voltar a ocupar o espaço que lhe compete. DURMAM BEM.

sábado, 8 de agosto de 2009

A ENTREVISTA PERDIDA (parte 1)

No dia 1 de Agosto, a RTP1 concedeu-me o previlégio de ser a "figura pública" convidada para a entrevista do Bom Dia Portugal dos Sábados de manhã.
Isso supôs, logo à partida, um despertar bem cedo (7 da manhã na Galiza, as 6 daqui), ao que se seguiu uma viagem bem atribulada pela A3, com não poucas zonas de escassa visibilidade, cortesia de uma chuva torrencial, que este Verão tem sido uma tónica incómoda e presistente. A coisa correu às mil maravilhas e houve até quem a visse On-Line.
Porém, ao contrário do que é habitual e por qualquer "imprevisto" ou avaria técnica, a terceira parte do programa daquele Sábado não aparece agora no site www.rtp.pt. Decidimos, por isso, disponibilizá-la neste blog.
Dada a extensão da dita, entrecortada pelas notícias a comentar (que nós próprios reduzimos à mínima expressão) tivemos que dividi-la em 2 partes, já que a própria BLOGSPOT não admite mais do que 100MB de material de vídeo por mensagem, e nós não admitimos nada com menos qualidade audio-visual, aqui no IBLUSSOM.
Saltem para a Parte 2 na Mensagem seguinte.



Serjom desde Leça da Palmeira

Morreu Raul Solnado


O homem que me convenceu, há cerca de 50 anos, que as guerras respeitavam o contrato colectivo de trabalho, já que, com toda a lógica, só "abriam" depois das 7 da manhã; o homem que foi a terça parte do Zip Zip, talvez o programa mais inovador com que algum dia, alguma televisão, pôde sonhar em Portugal (cada vez o têm mais longe de repetir); o homem com quem, brevemente, tive (tivemos os Trabalhadores) ocasião de trabalhar, no seu programa Faz De Conta, por alturas de 1986: Raul Solnado, que venceu a guerra de 1908 e ganhou muitas outras batalhas ao longo de uma vida artística cheia, que é uma referencia, passada, presente e futura e cuja fotografía era esse sorriso que o caracterizava, perdeu a última das batalhas.
A cultura em Portugal ficou AINDA mais pobre.
Viva Raul Solnado!

domingo, 2 de agosto de 2009

NOTAS & NEURONAS

Como o Verão não tem dado para grandes viagens, vamo-nos cultivando através de visitas a locais de interesse. Ontem mesmo visitei a exposição "Érase una vez la vida" que está patente na Estação Marítima de Vigo e na que se mostram órgãos humanos autênticos e corpos completos, o que permite ao visitante, segundo o que consta nos folhetos publicitários, conhecer melhor o interior do corpo humano. Honestamente, e apesar do bem elaborado texto que nos acompanha em formato audio, cortesia de um leitor de mp3 com auscultadores que nos é fornecido à entrada, para mim resultou um pouco deprimente ver companheiros desta Viagem que é a Vida, reduzidos a autênticos toucinhos em salmoura. Os processos de conservação deterioram consideravelmente o nosso (deles) aspeto e a sensação com que saí é que somos, na condição de mortos e apesar de insistirmos na nossa superioridade animal, iguais a qualquer dos "bichos" que a nossa sociedade decidiu integrar na cadeia alimentar. Salvam-se, na minha opinião, as vitrinas em que, graças à utilização de fibras artificiais, se ensinam as ramificações sanguínes e nervosas.

Ora já de volta a casa e procurando na NET algumas dicas sobre neuronas encontrei esta espectacular viagem pelas mesmas, numa brilhante demonstarção da sua capacidade (das neuronas e do Bobby), dada por Bobby McFerrin no recente World Science Festival, numa sessão denominda Notas e Neuronas. Não percam.

World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of the Pentatonic Scale from World Science Festival on Vimeo.