domingo, 24 de fevereiro de 2008

É urgente um acordo ortográfico. A foto não deixa lugar a dúvidas...



Já não há volta atrás. O acordo ortográfico está aí e, com ele, a abulição de uns quantos costumes, outrora fonemas, agora considerados supérfluos.
Parece que o peso da raiz latina, que ainda transparece no Português (de Portugal), já não é relevante nem suficiente para manter o P que abre o A de Baptista, ou o C que garante a abertura da vogal E em direcção.
Aos governantes não lhes fará grande diferença, pois seguramente a alguns lhes soará melhor Bätista (como em bätota).
Pois muito bem. Se assim vai ser, porque não aproveitar a "embalagem" e tratar já de acabar com a "chatice" que é o H. Á anos que estou farto dele... E ninguém já lê o AGÁ. Se o problema for o CH, não é coisa que um bom X não resolva. Para o LH têm os Espanhóis a solução perfeita, que podemos fàcilmente, e sem vergonha, adaptar. Não é por isso que correremos riscos de perda de identidade. É muito pior o "software", o "spread", o "know-how" ou o "timing" e um larguíssimo etc... E o mesmo se aplica ao NH, o seja NN, onde demonstraríamos, à partida, a nossa absoluta originalidade, em vez de usar esse "chapéu" irritante que é o TIL, um nefasto invento ibérico, que é justamente um N encavalitado noutra letra do alfabeto.
É que enquanto aos nossos vizinhos só lhes deu o til um pequeno problema com a rede das redes, a nós criou-nos os mais variados inconvenientes: primeiro deu origem ao que classificamos como ditongos nasais, coisas por si só um pouco asquerosas, já que costumam fazer-se acompanhar de sons mucosos desagradáveis; em segundo lugar trousse (nunca entendi o papel do X neste vocábulo) vícios de rima absolutamente lamentáveis. Terminar versos com "coração", "mão", "emoção", "canção", "adoração", "amarão" ou até com "bão" (já ouvi isto num "poema" brasileiro) são realmente lugares comuns do nosso cancioneiro Pop(ular).
E já postos a modificar, podíamos dar-lhe o golpe de misericórdia à CEDILLA. Tem fácil solussom.
Após fexar esta primeira parte do processo, deveriam os ilustres responsáveis meditar detalladamente sobre uns quantos outros carateres ou sinais que, por demais incómodos, só servem para ocupar espasso na gramática e, por conseguinte, no nosso cérebro. Que caiam o acento circunflexo, o ífen e o acento grave que confunde.
Em resumo, creio que temos mais a ganhar em chegar a acordo ortográfico com os vizinhos do lado, que com aqueles que, á séculos, abandonaram a "terra mater" á sua sorte, justificandoo com a atlántica distáncia.
Sobre o V, se nos pomos a dissertar, num bai aber sebenta suficiente. Mas seguramente ebitaríamos que alguém, ainda que gozando de "voa" saúde, "vorrasse" o calsado com "vosta" de "voi" numa escapada ao campo num solleiro Domingo de Primabera. Quase me atrebería a falar da terceira língua oficial. Mas fica prá próssima...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Antes tarde...


PÔBU DU PORTO, TRIPEIRUS, AUTÊNTICUS PURTUENSES OU PARA QUEM RECUNHECE U PATRIMÓNIU CUMU SÊNDU ESSÊNCIAL PRÁ IDÊNTIDADE DUMA CIDADE E DA RESPETIBA NASSOM: ASSINEM A PETISSOM PRA IBITAR A TRANSFURMASSOM DU MERCADU DU BULHOM EM MAIS UM BANAL XOPINGUE!

Incôntrasse acessíbel prássinatura, nus seguintes lucais:

Em tôdas as loijas i bancas dus Cumerciantes du Mercadu du Bulhom ou


Mas num deixem de ler tôdà infurmassom dispuníbel em: http://www.manifestobolhao.blogspot.com/

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Salão Erótico do Porto - Foi só o primeiro!



Terminou ontem em Gondomar um evento, quando menos curioso: Eros Porto 2008, com organização da Profei S.L. A mesma gente que em Barcelona, ano após ano, realiza este festival, trouxe ao Multiusos de Gondomar uma quantidade de corpos bem esculpidos, que exibiram todo o seu erotismo ao ritmo de bandas sonoras nem sempre bem escolhidas e maioritáriamente com má qualidade sónica. Um pormenor que fez fraco favor ao evento em geral. Podem acusar-me de deformação profissional mas, na realidade, o cinema erótico necessita de muita música, já que os textos parcos, poucas vezes são relevantes. E se há música (ou até mesmo as imperceptíveis apresentações do cineasta Sá Leão) merece que se reproduza com um mínimo de qualidade. Tomem nota.
Nós por cá até podemos dar uma mão com algum dos temas do Iblussom: Ispáncame, Lucinda, P.Q.M.D.Q.U. ou, porque não o Cú ó léu (um ponto de vista diferente).
E que ninguém culpe o Multiusos do Siza, porque a acústica, essa, já foi mais que comprovada e aprovada.
Por outro lado, e como fica bem patente na foto em cima, a Ponte do Luis teve uma oportunidade de ser vista de um ângulo distinto, desta vez sem rabelos como adorno, nem avós a morder discos. Cada coisa a seu tempo.
Aqui fica a entrada a testemunhar que falo verdade...



...e não estive só. Havia muitíssima gente, a tal ponto que não foi fácil encontrar estacionamento. Encontrei muitos amigos...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

àcerca do Carnaval e doutras merdas

Num país em que poucos dão a cara e muitos "circulam" munidos da máscara com a que mudam a face às mentiras, é natural que o sentido do humor se confunda, não poucas vezes, com a má educação, ou inclusivamente a ausência da mesma, ou simplesmente com a "piadinha" revisteira para consumo imediato de quem sofre, até só pelo peso do cabelo, atrofiamento neuronal.
Duma outra forma mais drástica, este sentido de humor, vai-se diluindo na nebelina dos tempos, a mesma que, noutras épocas, era sinal de esperança.
Felizmente nem sempre foi assim e pelos vistos o poeta João Vasconcelos e Sá lá pelos anos 30, mais concretamente durante o Carnaval de 1934, teve a genialidade, disfarçada de atrevimento, de recitar um poema seu, escrito nesse mesmo dia para a ocasião, num jantar no qual se encontrava Franco de Sousa, Ministro da Agricultura do governo de Salazar. Ao que parece e tal como passa ainda hoje com a maioria dos políticos em funções governativas, o texto não caiu no goto do excelentíssimo, mas nem por isso o autor se cortou.
Neste vídeo da RTP, Vitor Sousa recria o texto e dá-lhe o seu ênfase peculiar. A não perder e a recuperar seriamente (ainda que com um sorriso), pois com coisas destas o país pode, eventualmente, avançar.