domingo, 23 de novembro de 2008

À "descoberta" de "novas" paragens

Correndo um sério risco de transformar este blog, supostmente dedicado à nossa música e, principalmente, à sua "iblussom", num blog gastronómico, não posso deixar passar em branco mais uma "descoberta" que nos ocorreu este fim de semana. É obvio que as descobertas são assim mesmo, uma função da nossa falta de conhecimento, pois o que se descobre, normalmente, já lá estava e há muito tempo e, não poucas vezes, bem diante dos nossos olhos.
Vir do Poro para Vigo via Chaves (ou por aí) é tudo menos uma escolha lógica, excepto quando se pretende "fazer render o peixe" de um dia soalheiro e aproveitar para descontaminar os pulmões, já seja dos "canudos" de Leça da Palmeira, ou simplesmente do tráfico das grandes urbes. Mas também serve para descansar os olhos nos matizes infinitos das cores do Outono deste Norte impossível de descrever.

Encontramos, logo depois de passar Vidago, num altinho da estrada que leva a Boticas, a Casa do Souto Velho, no lugar do mesmo nome. Integrada na Rede de Tabernas do Alto Tâmega e a uns metros da Praia de Vidago, esta escola da cultura gastronómica tradicional transmontana é, ou deveria ser, um ponto de passagem obrigatório para quem queira presumir de conhecimento de causa. Gerida por uma família, num regime de quase absoluta autosuficiência, a casa serve pratos de uma qualidade e abundância pouco habituais e, ainda por cima, a preços excepcionalmente baixos, provavelmente porque tudo o que serve é da sua própria produção: do vinho ao azeite, dos enchidos às compotas, do leitão ao frango de cabidela com cogumelos apanhados no monte. Ficamos a saber que o mel preserva a carne de porco (tanto como a própria banha) e que este sistema de conservação, pré era eléctrica, acabou por constituir um pitéu por mérito próprio.


Descobri entretanto que o Mauro, o filho mais velho do casal proprietário, formado recentemente como chefe de cozinha, tem um blog onde descreve o sítio, a sua atividade e os sonhos da sua vida.
E para que a recordação dos sabores perdure, podemos trazer para casa um pouco de todas aquelas goluseimas. Até o pão é um manjar. O presunto, um "pecado"...

http://casadesoutovelho.blogspot.com/

1 comentário:

Anónimo disse...

Nao faz mal, a música e gastronomia andarão sempre de mãos dadas! Que vontade me deu de me fazer à estrada, com esta pequena mas deliciosa descriçao!

Vou até à cozinha! Hehehe

Abraço e boas descobertas mais!