O dia aquí está cinzento e, provavelmente também me parecerá cinzento no resto do continente. A Europa já falou e a mensagem é inequívoca: uma imensa maioria não está interessada. Ignorância? Descontentamento? É, sem dúvida, razão para reflexão.
Da minoria que escolheu exercer o seu direito de voto, em vez de passar um dia mais passeando-se pelas grandes áreas comerciais, só se pode concluir que a maior parte (pelo menos nalguns países) tem claramente assumida a sua aposta na direita mais conservadora em vez da direita mais liberal. É que o bloco central Europeu, onde se coze este exercício do “agora tu e depois eu” tem, já faz tempo, o controlo dos destinos da comunidade e, aparentemente, com esta vitória irá reforçá-lo, com o consequente cheque em branco ao Partido Popular dominante para legislar sobre a internet e outras “ameaças” ao sistema democrático (deles).
Para isto tem contribuido a notável consonância dos actuais partidos ditos socialistas – muitos deles no poder – com os partidos da direita mais conservadora, em matéria económica e social, ainda que, teoricamente, os seus respectivos programas manifestem o contrário. O constante “namoro” dos partidos da “esquerda moderada” aos agentes económicos dominantes e especuladores – bancos, indústrias farmaceutica e petrolífera, etc – e a indiferença que parecem demonstrar face à forma impune como a corrupção se instala nos aparelhos de estado, enquanto os povos empobrecem, coloca-os no mesmo patamar onde se instala a concorrência, mas com a desvantagem de serem menos experientes na “matéria”.
Por mais que a cirurgia estética avance e a “manada” estratifique a sua apatia, ao lobo com pele de cordeiro sempre se lhe nota o “cheiro”.
Bastava com que os cerca de 57% que ficaram em casa, também tivessem exercido o seu direito, em consciência, com alguma frase do tipo: Europa SIM, mas assim NÃO. E isso ter-lhes-ía tirado o sono aos 785 indivíduos, a quem pagamos inexoravelmente um soldo (com ajudas de custo ao quilómetro percorrido), com o qual muitos não podemos sequer sonhar. E possivelmente os seus patrões inventariam mais uma CRISE, mas não há crises nem gripes para as que, a seu devido tempo, não lhe encontrem UMA solução.
Entretanto aquí em Espanha, os diferentes partidos fazem as mais variadas e interessadas análises aos seus resultados e aos dos outros. Mas até isto já está gasto.
Quando um lider político afirma ter o apoio de uma ampla maioria da sociedade, baseado em algo menos que 23% do eleitorado, algo não quadra nos números. É que 42% dos votos, após uma abstenção de 46% dão exactamente esse resultado. E se é inegável que o seu partido ganhou as eleições (parabéns a você), os números também não têm discussão. Outra coisa é o método aplicado, mas isso também o inventaram os do costume.
Este foi o meu voto desde Vigo:
O Voto Inútil?
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O Voto útil
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