domingo, 13 de dezembro de 2009

3 ANOS DE PORTUGAL REBELDE

A Mensagem:
Hoje, dia 14 de Dezembro, o Blog Portugal Rebelde, ao qual se associa a Música Portuguesa, festeja 3 Anos de vida!
Ao longo deste tempo, navegamos entre a alegria e o prazer, de conhecer e partilhar alguns dos novos projectos da nova Música Portuguesa.
Numa altura em que o poder de compra é cada vez menor para adquirir CDs, o Portugal Rebelde existe para de uma forma fácil e acessível, chegar a uma nova geração leitores/ouvintes.
Três anos de Portugal Rebelde, significam 3 anos a acreditar que a Música Portuguesa poderá ir mais longe se forem criados os “canais” necessários para que TODOS possam ouvir Música Portuguesa!

Abraço "Rebelde",


A Resposta da Iblussom:
Divulgar o que se faz em Portugal em matéria de arte e, particularmente, de música, não é tarefa fácil, principalmente quando parece que já não se pode fazer programas sem fórmula e sem playlist. O Portugal Rebelde há 3 anos que aposta na boa música, no critério e na diversidade. E ainda para mais não está em Lisboa nem no Porto. Está no Peso da Régua, no coração do Douro – ao lado do Colo do Pito – e o Douro está de moda.

Parabéns Douro FM, parabéns António, parabéns Portugal Rebelde.

Abrassu

Sergio & demais Trabalhadores

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

No colo do Douro-Parte 1

Porque será que nos continuam a roubar à má fila? Nem os vizinhos do lado, que até são do mesmo clube, entendem já patavina.

É obvio que é SÓ porque vamos deixando. Íamos poder ligar todo o litoral norte com um TGV em 2012 – continuo a pensar que bastava uma linha consistente, com dois sentidos e umas quantas composições tipo Talgo Pendular – e, pelo que li há uns dias, já só vai acontecer 3 anos mais tarde. Parece que a “crise” gera falta de verba e o cacau só vai chegar para o Lisboa-Madrid. Dejá vue?

Estará essa mesma crise na origem do fecho do polo universitário de Miranda, onde “apenas” 400 alunos estavam inscritos em Antropologia e/ou Serviços Sociais? É só uma questão de prioridades. Em terras que reiteradamente perdem população jovem e assistem impotentes ao envelhecimento da que vai ficando, um curso de Serviços Sociais tería utilidade?

Aqui em Miranda, onde têm e se orgulham disso, uma língua própria – aliás, como nós – têm também música, tem arte e têm até uma dança guerreira, de homens vestidos com saias, que com paus e passos de arte marcial, vão deixando um recado que não é só para turista ver.

Nós viemos cá porque é ponto assente que apreciamos a coragem de ainda viver tão isolado nestas terras cuja magia sempre nos vai atrair. Aqui, onde Portugal perde o nome nas águas do Douro indeciso e onde os sotaques e as expressões se misturam, encontrámos a essência do Norte, que se cultiva desde muito cedo, da qual, se a tanto nos ajudar o engenho e a arte, tentaremos deixar testemunho neste vídeo de “No colo do Douro” que cá nos trouxe.

No Sábado à noite, depois de uma exibição dos Pauliteiros na Escola Primária do centro de Miranda, convidaram-nos para ir ao Atalaia, onde uma festa de apresentação de música autóctone viria a ter lugar. Os Gaiteiritos deixaram-nos francamente impressionados. Não têm mais de 13 anos e tocam assim.

Terminada a actuação, um par de copos mais tarde e ganha a confiança de alguns dos presentes, comentávamos, entre aventuras e memórias, o curioso e sintomático que é ver como uns tipos que não conseguem arrumar a casa, dão ares de entendidos em cimeiras para “arranjar” o mundo, pagas com os nossos impostos. Na verdade, ouvir o PM, na abertura da Cimeira Ibero-Americana a falar da importância das regiões e das comunidades, tem sabor a realidade virtual.

Pensem nisso.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Conta-me Histórias

Um resumo de Conta-me histórias, na Casa da Cultura de Paredes, finalmente disponível na Vale de Sousa TV. Foi no dia 23 de Outubro e uma esplêndida experiência. Segundo a organização a casa podia ter enchido umas duas ou três vezes, mas não foi possível. Em breve faremos mais por aí...

domingo, 1 de novembro de 2009

Morreu António Sérgio

Morreu António Sérgio. Era um tipo fixe e um verdadeiro profissio-nal, sempre à frente na escolha do que passava nos seus programas. "Som da Frente","A Hora do Lobo", "Lança-Chamas" ou o pioneiro Rotação marcaram horas de Rádio onde sempre recusou a facilidade das play-lists e fez o que quiz. E quando não lho permitiram, não o conseguiram vergar.
Miguel Esteves Cardoso, num artigo de 2007 no "Público" e
a propósito da última emissão do programa "A Hora do Lobo" na Rádio Comercial escreveu: "António Sérgio nunca esteve bem em qualquer estação de rádio. Mesmo quando a rádio era rádio. Porque António Sérgio é uma estação de rádio andante e uma estação não cabe noutra estação".
Tive o privilégio de ser entrevistado pelo homem nos "velhos" tempos do Psico ou do Arte & Oficio e, então, criar uma relação de amizade que, afinal, acabamos por não cultivar, talvez devido aos 500km que me separam de Lisboa e às poucas vezes que visito a cidade.
A rádio portuguesa fica hoje ainda mais pobre. A Música perdeu um dos seus mais sérios divulgadores.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

SNOWSHOW de Slava Polunin



Afinal ainda há (alguma) possibilidade...

Slava Polunin trouxe a Vigo o seu espectáculo de teatro mímico e de fantasia. O creador Russo, nascido em Sanct Petersbourg, é de um atrevimento incrível e leva os actores a provocar o público contantemente, sempre dentro do contexto do que se vai passando à nossa volta. São os papéis minúsculos que chovem sobre o público, o fumo que, em alguns momentos, parece sofocar-nos, a água que alguns dos actores derramam sobre a assistência ou a ventania descomunal que, a dado momento, quase nos pega à cadeira da plateia. A imaginação complementa a simplicidade e a fantasia acontece. Metade do espectáculo somos nós (o público) quem o fazemos, dentro da nossa cabeça e com a nossa interacção. O “intervalo” é surpreendente, pois durante ele a função não para e as acrobacias sobre as cadeiras da plateia parecem por em risco a nossa integridade física. Em poucos minutos estamos a colaborar. Minutos mais tarde a Diana é “raptada” e levada para o palco onde uma “manada” de tipos raros a persegue, para logo ser ela a persegui-los e depois desaparecer de cena definitivamente. Não se preocupem, voltou ao lugar passados uns minutos.
Recomeça o espectáculo, a chuva (que molha), a neve e o vento que sopra com força. O som, envolvente algumas vezes e com distintas fontes desde o palco, tem um impacto realmente impressionante.
No final, uma quantidade de bolas gigantes, de entre 2 e 4 metros de diâmetro aparecem no palco e são lançadas sobre o público, às quais se juntam bolas mais pequenas e leves.
E então o “milagre acontece” e uma plateia repleta de gente dos 7 aos 77 de repente comunga de um desejo de jogar, brincar e mover-se, proporcionando aos actores em absoluta reciprocidade, um espectáculo interminável de gozo ao qual nem um dos presentes se furtou. Durante uns minutos (largos) todos tivemos um desejo imparavel de “bricar” e brincámos. Os actores observavam-nos satisfeitos. O “espectáculo” valeu mais do que qualquer ovação.



Se aparecer pelos vossos lados não percam...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

INSÓLITO, OU TALVEZ NÃO!...

Pois no Sábado passado aconteceu algo insólito, mas o insólito em Portugal pode ser considerado tudo menos insólito, que o diga o "profeta" Pina Santos (na foto).
Num país que esgota os bilhetes para um concerto dos U2 em Coimbra a um ano de distância, dando um espectáculo de filas intermináveis de jovens dos 15 aos 50 anos, às portas dos pontos de venda (dormida in situ incluída), ou a um povo que perde o tempo e as estribeiras com uma reunião televisiva (recuso-me a classificar aquilo de programa) de 5 pitos carecas em Saia Justa para exultar de júbilo com a demonstração de ignorância e humor ordinário da Maite Proença, já não há nada que possa parecer insólito. Realmente insólita é a reacção nervosa do rebanho em ambos os casos. No caso dos U2 é no mínimo curioso tanto a estampida criada como que, depois de esgotados os bilhetes, se anunciasse um segundo concerto, que já estava de alguma forma previsto. No caso do “escândalo” Maite P. (o P. é intencional, para que cada um termine a palavra como melhor lhe sirva – à “diva”), o verdadeiramente insólito é que se gaste tempo a ver algo parido pela cabecinha de uma actriz medíocre que criou fama à custa da cama e que, como humorista e apresentadora, deixa bastantes dúvidas, e ainda mais que se gaste tempo a escrever e a discutir sobre o assunto. Por isso acabou, não falamos mais nela. Embora deva reconhecer a dificuldade que os portugueses têm para se rir de si próprios – um exercício saudável e altamente recomendável – praticado até aos mais insuspeitos limites pelos nossos “antepassados” dos filmes da Produtora Tobis. Alguém se zangou com o personagem do “amigo Barata” no Leão da Estrela?
O que temo é que em tempos de crises económicas – às quais costumam suceder crises de identidade – os fundamentalistas da pátria, talvez por não ter muito mais em que ocupar o tempo, se lancem, ante estas “afrontas à dignidade nacional”, em cruzadas inúteis, cujos únicos resultados possam ser criar discussões estéreis e deixar em ridículo aos protagonistas. Já tínhamos tido suficiente com o último esforço revolucionário de M. Ferreira Leite, reivindicando a independência de Portugal e querendo correr do país com os Migueis de Vasconcelos instalados no poder.


Pois o caso insólito do passado Sábado foi o concerto dos Trabalhadores do Comércio em pleno Porto velho, ao lado da Torre dos Clérigos. Só e apenas porque o João Medicis não esteve lá. Insólito porque nunca nos passou pela cabeça que voltasse a acontecer. Em 1982, uma febre de 40º tínha-o impedido, à última hora, de estar presente no concerto em que fazíamos a primeira parte de Peter Hammil no pavilhão Infante Sagres e realmente a reacção do 'pobo' não foi a melhor quando anunciei o incidente. Tinha ele então 10 anos.
Desta vez, no Porto Sounds, a coisa correu bem melhor e, para isso, contribuiu o impecável trabalho do nosso amigo e excelente profissional João Ricardo (ex-Amarguinhas, ex-Banda de Poi, na Galiza e actualmente parte da também galega Jabonblue) ajudado pela insuficiente iluminação do palco. O facto de que este último tenha sido baptizado com a mesma “designação” que o original poder-nos-ía ter permitido escamotear o problema, mas o comércio ainda não nos deteriorou as neuronas a esse ponto e não só apresentamos o JR no seu cargo (que cumpriu com honra, lealdade e dedicação – já gostaría muito ministro) como aproveitámos para enviar um emotivo abraço (com um leve apertão de pescoço) ao Medicis, que estava em Londres a roer as unhas (ou as palhetas) por não estar ali connosco.
A mais recente que nos tinha ocorrido pelo estilo, tinha sido em 2005, quando, à última da hora, “deportaram” o Miguel para Paris (num trabalho da RTP) e, em cima do acontecimento o lugar teve que ser preenchido pelo Paulo Filipe. Foi no concerto comemorativo dos 10 anos do “renascimento” do Coliseu. Acto seguido o Paulo Filipe estava a participar no álbum Iblussom.
O que significa que todas estas experiência acabam por ser enriquecedoras ao mesmo tempo que aumentam a “família”.
Passem muito bem.


De manhá a Marta Ren bai ó pom.
em baixo os bailarinos Ines Trabajara e Fernando Leal.
(FOTOS de Nuno Machado)

sábado, 10 de outubro de 2009

JORNADA DE REFLEXÃO


Amanhã, um novo acto eleitoral vai concentrar as atenções de grande parte da população Portuguesa e, muito principalmente dos diversos meios de comunicação, simultâneamente origem e destino do circo mediático que invariavelmente se monta, à volta dos principais candidatos dos principais partidos.

Hoje – o dia anterior – é por defeito a chamada Jornada de Reflexão.
Se na realidade cada um de nós se propõe reflectir seriamente, em vez de dedicar o Sábado a fazer uma grande almoçarada, (é que amanhã até nem vai dar muito jeito!) e, com o voto já mais que decidido – sem discussão possível – analisa o que se passa à sua volta, pode chegar a conclusões, no mínimo preocupantes que, se a uns podem empurrar ao limiar da depressão, a outros seguramente irrigarão a semente da revolta. Um dos falhanços estrepitosos dos nossos sistemas democráticos, é o “circuito fechado” à volta dos partidos alegadamente com assento na Assembleia da República que, por conseguinte, são os que vão garantindo mais ou menos intacta a sua capacidade de financiamento, na razão directa da sua implantação, com especial relevância para os do bloco central, mantendo, assim a reserva da cadeira. Esta é, aliás, uma tendência por demais demonstrada na imensa maioria dos países europeus ou nos Estados Unidos, onde nem sequer parece existir qualquer outra alternativa.
Numa jornada de reflexão interrogo-me por que será que tudo isto persiste. Que interesses esconde e que grupos de influência perpetuam este estado de coisas? As próprias Leis do Financiamento de Partidos e de Campanhas Eleitorais, sendo provavelmente as do possível consenso, favorecem os partidos com maior número de votos num acto anterior, o que, longe de adequar-se ao resultado do desempenho posterior de cada um nas respetivas funções governativas ou de oposição, institucionaliza um prémio à continuidade da mediocridade.
Segundo o economista espanhol Joaquin Estefanía na sua obra “Aquí no puede ocurrir” (Taurus - 2000) vivemos em autênticas cleptocracias em que uma boa parte dos governantes, ou dos colaboradores que gravitam à sua volta (gravitar é a palavra que melhor descreve o processo, pois implica uma espécie de Lei da Atracção Universal de uns pelos outros) estão implicados em fenómenos de corrupção, e em casos mais extremos e recentes como os que se tem visto envolvido Berlusconi, os levam a desafiar a própria Justiça e a legalidade de que eles, à partida, deveriam ser garantia.


Já em Portugal o caso Freeport, que se arrasta, ou em Espanha o caso Gurtel, que ainda hoje conheceu as primeiras decapitações políticas no seio do Partido Popular, são episódios de uma “operação” à escala mundial que vai escavando mais profundamente o fosso que separa a minoria abastada da imensa maioria, submergida na mais profunda das misérias. À chamada classe média cabe-lhe o papel de Muralha de Adriano, uma espécie de escudo humano, que convencido do seu “well fare” vai servindo de muro de contenção à inevitável "invasão" das nossas sociedades pelos milhões de indigentes que, todos os dias se "arrastam" desde África, América do Sul, Ásia ou da periferia oriental da Europa. A classe média tem, por isso, uma enorme responsabilidade na perpetuação do “regime”. Somos os que votamos de maneira conformista e aplaudimos a repressão, os que consumimos de forma desenfreada e os que ajudamos a transformar uma manobra bolsista criminosa numa pandemia de estupidez como a Gripe Porcina.

Uma das acusações mais vezes utilizadas como argumento de combate às "utopias socialistas" é o da falta de liberdade que exibem. Com a globalização do liberalismo capitalista, 4 mil milhões de seres humanos tem hoje a liberdade absoluta de morrer de fome ou/e de doenças cujas medicinas nunca poderão pagar, nem em sonhos. São 2 terços da população mundial, cujo rendimento per capita anual total (dos 4 mil milhões) é inferior ao dinheiro em que se sentam as 300 maiores fortunas do planeta (1).
O espectáculo patético com que nos tem brindado a Indústria Farmacêutica e os media que os servem, numa sucessiva “criação” de pandemias e respectivos virus mutantis, de forma não só garantir a cotação em alta dos laboratórios mais proeminentes, e por conseguinte encher os bolsos de uma boa mão cheia de crápulas amorais, mas também de manter uma boa parte da população mundial completamente agarrada aos “guisos” com medo de morrer disto ou daqueloutro, é o verdadeiro paradigma do novo milénio. Concorrentemente, a forma como há cerca de um ano, o lobby do petróleo se pôs de acordo para originar uma subida galopante do barril de crude, que disparou os preços dos combustíveis a níveis nunca antes vistos, para logo os deixar “estabilizar” num preço que todos acabaríamos por considerar adequados, ao ter como referencia o descalabro ainda recente, é também outro exemplo a ter em conta. Obviamente os mercados ditam a nova ordem mundial e poderia referir uma quantidade de outras atrocidades económicas recentes. E as novas tecnologias que, por princípio, são agoiro de desenvolvimento civilizacional, parecem agora, ao serviços dos poderosos, servir para manter a “manada” sob controlo.
Mas isto é tudo muito remoto, e seguramente aqui não está a acontecer, mas sim noutros pontos do planeta, tal como os cataclismos que até agora, e felizmente para nós, não nos têm afectado.

Pois um exemplo vigente da cleptocracia em que nos movemos e que muitos entendemos na perfeição, já que nos afecta, é o caso de uns quantos bancos em Espanha que inventaram um processo de indrominar clientes que, por inocência, acreditaram na decência de tais instituições ou dos seus representantes. O Bankinter, por exemplo criou um produto financeiro de nome CLIP, sobre o qual podeis ler quilómetros de texto na net, de pessoas seriamente afectadas, por algo que julgavam ser um seguro. No meu (nosso) caso, o Banco Bilbao Vizcaya Argentária, que acaba de reformar o seu vice-presidente de 51 anos com a módica pensão de 3.000.000 de euros anuais, criou um produto semelhante, de nome Cuota Segura (StockPymes para empresas) que no prefácio da crise actual, distribuíram a seu belo prazer. É óbvio que só bancos como estes, que ajudaram a “inventar” a crise, podiam ter a informação privilegiada suficiente para saber que o preço do dinheiro e, por conseguinte o Euribor, iam cair em picado, passados uns meses. Assim, dada a aparente tendência altista dos juros, aos olhos do cliente, parecia uma boa medida fazer um seguro sobre uma Linha de Crédito ou uma hipoteca. Em alguns casos relatados, os clientes do banco chegaram a ser “obrigados” a aceitá-lo sob pena de não obter o empréstimo. No nosso caso particular, ele foi-nos apresentado por um gerente (director de sucursal, em Espanha) no qual tínhamos toda a confiança, já que por várias vezes nos parecia ter aconselhado sabiamente e outras atendido aos nossas propostas de diminuição de comissões em função do caudal de operações desviadas para dita instituição. O que, pelos vistos, não nos apercebemos, na voragem da assinatura da Linha de Crédito e, ao mesmo tempo do dito seguro de JUROS, é que, se por um lado, a Linha de Crédito era (ou não) renovável anualmente, segundo critério do banco, dito seguro tinha uma vigência de 4 anos e o seu cancelamento prematuro uma comissão igual ao total de todas as primas trimestrais somadas. Mas o pior é que nem sequer tinha relação com a LC contratada. Quer dizer, ainda que hoje todas as contas, hipoteca, créditos, etc tenham sido trespassados para bancos concorrentes, a vinculação com esse “seguro” continua a existir, segundo consta num documento que nunca tivemos em nosso poder e que assinámos na mesma altura em que preparávamos a assinatura notarial da Linha de Crédito, abusando da absoluta confiança que depositávamos no nosso “querido” director.
E a lei que diz disto? Como justifica a existência de um seguro que já nem tem objecto? Para não falar da forma abusiva e enganosa como nos foi impingido.
Pois segundo o BBVA há que continuar a pagar até que termine, ou se preferirmos, pagar tudo de uma vez. Já o Banco de Espanha tem uma opinião um pouco diferente e alguns advogados tem conseguido sentenças favoráveis aos prejudicados.
Digamos que isto, nos tempos que correm, é uma espécie de terrorismo económico contra a população indefesa, que só uma verdadeira cleptocracia protege e inclusivamente promove.
Contra o terrorismo, Mão de Ferro?

(1)PNUD – Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

NINGUÉM TEVE DIREITO A FOTOGRAFIA

Eu não votei Sócrates, embora concorde com algumas das suas acções políticas. Da mesma forma que discordo do seu afano propagandista e acima de tudo, da arrogância de que presume. Ontem pudemos vê-lo a conter-se na sua semi-satisfação, até ao momento em que, interpelado pelos jornalistas presentes, voltava a ser ele mesmo, outra vez.
Nas eleições de ontem Ferreira Leite não saíu derrotada: simplesmente não as ganhou, tal como aconteceu ao BE, à CDU, ao CDS e a todos os outros pequenos partidos que, no seu conjunto, representam pouco mais de 3% do eleitorado. Ferreira Leite equivocou-se na “linha” e perdeu o comboio. Corroborar a ideia da derrota do PSD é aceitar à partida que a governação em Portugal é coisa só de dois partidos – quando um ganha o outro perde e vice-versa – o que é uma ideia redutora que coloca qualquer outra alternativa na periferia.
O PS ganhou-as apesar de ter perdido a maioria absoluta, o que deixa Sócrates à mercê do CDS ou do BE/CDU, uma aliança pouco provável, pois os políticos demonstram pouco sentido de estado e, por cima da responsabilidade de governar um país, esgrimem antes a disciplina partidária, as invejas e melindres de outras batalhas ao mesmo tempo que incutem no povo sentimentos de paixão partidária, sectária, defendidos até à irracionalidade, muito ao estilo do que se passa com o futebol ou a religião. Uma espécie de teocracia política é o pano de fundo dos partidos políticos em Portugal. O circo que montam já não convence e alguém terá que ter a coragem de lhes dizer isto ao ouvido, a todos e a cada um dos dirigentes dos maiores partidos nacionais, dos que têm tempo de antena na noite mais longa e assento na AR (ainda que o gastem pouco).

Realmente as eleições podiam ter sido ganhas por essa massa de gente que, por preguiça, por indecisão ou as duas coisas juntas, não se levantou do sofá. 40% de abstenção é um número respeitável. E vai o Alberto João e passa um atestado de demência e estupidez ao povo Português. Estou ansioso por ter um concerto na Madeira. Pode ser que nos venha ouvir e me dê o gosto de lhe agradecer publicamente, com essa arruaça em que ambos somos especialistas.

É dado facilmente constatável que os que votamos em branco já constituimos uma massa que, se associada, seria o sexto maior partido nacional e para engordar estas hostes não faz falta gastar fortunas em campanhas eleitorais. Eles – os outros partidos – encarregam-se de nos pôr a decisão em bandeja.

NINGUÉM TEVE DIREITO A FOTOGRAFIA.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O VOTO ÚTIL

Levo um par de dias em profunda introspecção, estagnado na dúvida entre escrever este “post” em Português ou em Nortense. É que a gravidade do evento que se aproxima, justifica plenamente escrevê-lo na Língua Mãe, não só para manter o grau de seriedade que transbordou dos debates políticos, em alguns casos esmiuçados por alguns dos membros desse providencial Governo Sombra, mas até como forma de afirmação reivindicativa da vigência prática de um idioma que, mesmo antes da sua desejável oficialização – recorde-se que o Mirandês já é a segunda língua oficial do Estado Português – serviria como pontapé de saída para, durante o debate sobre a regionalização que se impõe, demarcar, logo à partida, uma determinada identidade cultural, porventura geograficamente adjudicável.
Por outro lado, devo reconhecer a necessidade de globalizar a influência deste blog e, talvez por isso, haja decidido escrever em Português, o mais académico possível e em total observância das regras anteriores ao acordo ortográfico.

Estamos a 3 dias 3 das eleições legislativas e, como ocorreu nas europeias, só tenho ouvido povo que diz não estar informado, interessado ou pior, minimamente motivado para cumprir com um dever e um direito que nos concerne a todos e cada um dos cidadãos que contribuímos solidariamente para a comunidade. Há uns anos atrás, não me teria outorgado esse direito, ainda que o tivesse plenamente, pela simples razão de não viver nem contribuir , mas há uns anos que as coisas mudaram e, se durante 2009, nem o Estado nem eu contribuímos mutuamente a “grande escala”, em 2008 a coisa não foi assim e isso dá-me o direito e confere-me o dever de, pondo o meu grãozinho de areia, interferir no seu (nosso) futuro.
Por isso, fica já aqui assente que no Domingo eu vou votar.
Tenho ouvido os foros de TSF, no “louro” do “bote” (perdão, no radio do automóvel – actos falhados do bilinguismo), a malta da rua, os amigos, os companheiros Trabalhadores (do Comercio), ou simplesmente algum cidadão descontente no balcão de uma loja ou do café – aos motoristas dos táxis não lhes faço puto caso, pois ouvem a pior rádio e são sempre do contra – e sinto a depressão (dessa gente), o desinteresse e isto, no fundo, é o que é verdadeiramente aterrador. E penso que os políticos em Portugal, tão preocupados com “o mal que a coisa está em Espanha” não tem feito um grande esforço para esclarecer o pessoal no verdadeiro sentido das suas opções e menos ainda sobre as suas (dos políticos) intenções de cumprir o que se lê nos respectivos programas eleitorais.
E eis quando abro o nº12 do semanário Grande Porto e leio um artigo de opinião do Mário Dorminsky. Vale a pena a leitura, porque este rapaz, da “minha quinta”, que tem dado mais que provas de competência na sua área, tem sem dúvida os pés bem assentes no relvado. A tal ponto que, referindo-se ao nivel dos debates televisivos, esgrime como possível resposta do eleitorado o voto em branco como sendo “um voto de importância relevante. Um voto de todos aqueles que não ACREDITAM neste Portugal.”
Eu diria mais: Ainda que tal seja o grau de indecisão ou de desinformação, não temos o direito de ficar estendidos no sofá, indiferentes. Se queremos que algo mude, temos que exercer responsavelmente o nosso dever cívico. Votemos TODOS em BRANCO. Não passemos cheques “em branco” para que alguns se outorguem uma maioria e uma representatividade que, realmente, não têm, nunca tiveram, nem vão ter.

VOTAR em BRANCO: o verdadeiro VOTO ÚTIL


Sergio Castro, em Vigo (da varanda sobre o jardim...)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Saramago fechou o blog

José Saramago, escolheu o dia de ontem para deitar o ferrolho (temporalmente espero) ao seu blog. O mesmo blog que serviu para uma colectânea de "posts" a que deu o nome de "O Caderno". Curiosa coincidência, ontem mesmo, 31/08, terminei a sua leitura. Ler O Caderno foi, durante aproximadamente uns 10 dias, como ler o jornal de ontem, o de hoje e o de amanhã. Está tudo lá, só que exemplarmente escrito. Estão todos lá, com precisão descritos. Nesses "instantâneos", Bush, o Papa, Aznar, Sarkozy, os Israelitas genocidas de hoje, os judeus massacrados de há 70 anos, alguns políticos sérios, os banqueiros, a gente boa e a gente menos boa, não têm retoques. Estão tal e qual a lente do "olho sensível" do escritor os captou. E como não lhe tremeu a mão, ninguém saíu desfocado.
Enquanto espero que o reabra, vou viajar com o Elefante. Quem já leu disse-me que não tem perda.

domingo, 23 de agosto de 2009

CUA BARRIGA CHEIA DE... CULTURA!


Ontem o dia foi pleno. À seca de andar às compras de torneiras e candeeiros, para acabar a reforma em casa, seguiu-se um rápido almoço, servido num sítio onde, não fosse a proximidade ao apartamento onde estamos a viver durante estas semanas de obra, nunca teríamos entrado. Isto, obviamente, faz-me pensar na importância que tem o PR, isto é, saber anunciar-se e tornar-se apelativo. Nos tempos que correm, em que toda a publicidade dos media visual vem carregada desse "erotismo unilateral" (como o definia ontem mesmo o meu amigalhaço - muito mais que amigo - e ex-companheiro de estrada, António Pinho Vargas) e que supõe que o "bom-bom" que anuncia a máquina de manutenção muscular, por mais que se me insinue desde dentro do plasma, nunca vai estar ao alcance dos meus "dentes". Ou seja que de interactividade. nada.
Pois aquele restaurante, com aspecto misto de cafetaria de aldeia, pizzeria de praia ou tasca galega sem carácter, era a prova mais que evidente de que o povo dita com sabedoria: As aparências iludem.
O guisado de escabeche de tronco de atum que servem no "Cáscaras" era realmente uma delícia como poucas. E barato!
Antes que se fizesse tarde, rumamos ao sul e, passado o rio Minho, lá estávamos em Cerveira em plena Bienal de Arte e em dia de feira. Duas pelo preço de uma, não se podia pedir mais.

Ao contrário do Cáscaras, mas desmentindo o ditado, a Taberna do Cais (nas fotos), na zona velha, a chegar ao rio, é um local privelegiado para tomar um bom fino de Dominus e uns tremoços, para depois empreender caminho até ao Largo do Município.
Aí foi quando deparamos com o cartaz que anunciava o recital de Pinho Vargas no Auditório Municipal. Como é óbvio, não ia perder esta oportunidade de ver o António, depois de muitos anos de desencontro. Abusando da minha condição de "figura pública" (assim me chamaram no Bom Dia Portugal) lá consegui que nos infiltrassem no Sound Check e que ainda passássemos uns agradáveis momentos com o pianista.
A tarde continuava quente e a vila fervilhava de turistas, feirantes e visitantes da Bienal. Nós lá fomos em busca de mais experiências. Duas exposições mais tarde, dirigímo-nos ao centro e, na esplanada da Adega Real, uma mesa reservada com antecedência e uma "pá" de cabrito esperavam por nós. Indescritível sem deixar nódoas de baba.
Às 10 em ponto estávamos sentados na 5ª fila do Auditório, ao ar livre, com uma temperatura mais que agradável e o concerto teve início.
Excelente recital, som impecável. António Pinho Vargas no seu melhor como executante. A testemunhá-lo, a ovação de uma casa cheia, de pé, antes e depois de um merecidíssimo "encore". Um som cheio, harmonicamente rico e excitante. Entrecortado pelas apresentações do artista, com esse toque de humor que reconheço desde há 40 anos.
Fica uma pequena amostra captada "à socapa" com o telemóvel, do tema Tom Waits.



No fim, o encontro com managers e produtores (alguns velhos conhecidos) e mais uns agradáveis momentos antes de por rodas ao caminho em direcção a Vigo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Eixo Rock com balanço mais que positivo

Pois é verdade, o Eixo Rock foi todo um êxito e não só para os Trabalhadores (mas também). Não o dizemos nós. Confirma-o essa incrível multidão que por lá passou na sexta e no sábado. É certo que nós temos que estar especialmente agradecidos pela espectacular quantidade de povo que se juntou para ouvir a Lucinda a chegar a Campanhã, e que ficou algo mais de uma hora, incondicionalmente à nossa disposição, já fosse para ouvir um tango, ver-nos a caçar moscas ou abanar as "mãozinhas" como se de um "arraial pimba" se tratasse. E apesar de tudo isto ainda tiveram folego para pedir um BIS... e nós para subir com todo o "sacrifício da nossa alma" (Soul Sacrifice - Carlos Santana) e acender a chama da Lareira, com a ajuda da voz "incendiária" da Basto. Podíamos ter tocado melhor, mais limpinho e com mais requintes e nuances. Mas não nos tivéssemos divertido tanto, nem estaríamos agora tão satisfeitos e de barriga cheia. E o João merecia-o, pois no dia seguinte lá foi ele outra vez de malas aviadas para o reino da Isabel Segunda. Quem lá esteve que comente. Quem fez fotos que as mande.





Se não conseguir visualizar correctamente, instale o Flash Player.




Ver video com Windows Media Player




Por aqui quero deixar o meu mais sincero agradecimento ao profissionalismo e boa onda de todas as bandas. Cada uma no seu estilo, provaram o que não me canso de repetir: Que um festival pode e deve ser uma amostra de muitas e variadas tendências.
A eficiência da equipa da Audio Luz ficou neste Eixo Rock contrastada (opinião recolhida perto de todas as bandas). O restaurante do Parque da Aguda serviu-nos impecavelmente. A Gaianima e o Pelouro da Cultura do Município de Gaia só podem ser felicitados pela ideia e pela organização. Todos os participantes contribuiram para um inesquecível fim de semana de boa convivência naquele recinto do Senhor da Pedra, que pede que se repitam aí os eventos, já andem nos eixos ou fora deles.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A ENTREVISTA PERDIDA (parte 2)

Aqui está a segunda parte do vídeo com a Entrevista de Sábado dia 1 de Agosto no Bom Dia Portugal
Desde já queremos deixar aqui testemunho da nossa disponibilidade para fornecer à RTP a gravação integral da 3ª parte do Bom Dia Portugal daquele sábado, com qualidade AVI, afim de poder voltar a ocupar o espaço que lhe compete. DURMAM BEM.

sábado, 8 de agosto de 2009

A ENTREVISTA PERDIDA (parte 1)

No dia 1 de Agosto, a RTP1 concedeu-me o previlégio de ser a "figura pública" convidada para a entrevista do Bom Dia Portugal dos Sábados de manhã.
Isso supôs, logo à partida, um despertar bem cedo (7 da manhã na Galiza, as 6 daqui), ao que se seguiu uma viagem bem atribulada pela A3, com não poucas zonas de escassa visibilidade, cortesia de uma chuva torrencial, que este Verão tem sido uma tónica incómoda e presistente. A coisa correu às mil maravilhas e houve até quem a visse On-Line.
Porém, ao contrário do que é habitual e por qualquer "imprevisto" ou avaria técnica, a terceira parte do programa daquele Sábado não aparece agora no site www.rtp.pt. Decidimos, por isso, disponibilizá-la neste blog.
Dada a extensão da dita, entrecortada pelas notícias a comentar (que nós próprios reduzimos à mínima expressão) tivemos que dividi-la em 2 partes, já que a própria BLOGSPOT não admite mais do que 100MB de material de vídeo por mensagem, e nós não admitimos nada com menos qualidade audio-visual, aqui no IBLUSSOM.
Saltem para a Parte 2 na Mensagem seguinte.



Serjom desde Leça da Palmeira

Morreu Raul Solnado


O homem que me convenceu, há cerca de 50 anos, que as guerras respeitavam o contrato colectivo de trabalho, já que, com toda a lógica, só "abriam" depois das 7 da manhã; o homem que foi a terça parte do Zip Zip, talvez o programa mais inovador com que algum dia, alguma televisão, pôde sonhar em Portugal (cada vez o têm mais longe de repetir); o homem com quem, brevemente, tive (tivemos os Trabalhadores) ocasião de trabalhar, no seu programa Faz De Conta, por alturas de 1986: Raul Solnado, que venceu a guerra de 1908 e ganhou muitas outras batalhas ao longo de uma vida artística cheia, que é uma referencia, passada, presente e futura e cuja fotografía era esse sorriso que o caracterizava, perdeu a última das batalhas.
A cultura em Portugal ficou AINDA mais pobre.
Viva Raul Solnado!

domingo, 2 de agosto de 2009

NOTAS & NEURONAS

Como o Verão não tem dado para grandes viagens, vamo-nos cultivando através de visitas a locais de interesse. Ontem mesmo visitei a exposição "Érase una vez la vida" que está patente na Estação Marítima de Vigo e na que se mostram órgãos humanos autênticos e corpos completos, o que permite ao visitante, segundo o que consta nos folhetos publicitários, conhecer melhor o interior do corpo humano. Honestamente, e apesar do bem elaborado texto que nos acompanha em formato audio, cortesia de um leitor de mp3 com auscultadores que nos é fornecido à entrada, para mim resultou um pouco deprimente ver companheiros desta Viagem que é a Vida, reduzidos a autênticos toucinhos em salmoura. Os processos de conservação deterioram consideravelmente o nosso (deles) aspeto e a sensação com que saí é que somos, na condição de mortos e apesar de insistirmos na nossa superioridade animal, iguais a qualquer dos "bichos" que a nossa sociedade decidiu integrar na cadeia alimentar. Salvam-se, na minha opinião, as vitrinas em que, graças à utilização de fibras artificiais, se ensinam as ramificações sanguínes e nervosas.

Ora já de volta a casa e procurando na NET algumas dicas sobre neuronas encontrei esta espectacular viagem pelas mesmas, numa brilhante demonstarção da sua capacidade (das neuronas e do Bobby), dada por Bobby McFerrin no recente World Science Festival, numa sessão denominda Notas e Neuronas. Não percam.

World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of the Pentatonic Scale from World Science Festival on Vimeo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

DESABAFOS

Apesar da crescente taxa de desemprego na zona Euro, há algum país que resiste de forma titânica, dando-se até ao luxo de nele se inventarem novas designações profissionais.
Há uns dias atrás, um promotor de eventos a meio caminho entre indignado e surpreendido, queixava-se-me de uma reaparecida banda dos anos 80, que se recusara a satisfazer a exigência contractual de alinhar um concerto de uma hora exclusivamente com os seus êxitos da década em questão. Para esse espectáculo de fim de festa, que se supunha realizar no final da vindoira Corrida dos Clássicos, nós, os Trabalhadores, também estávamos convidados. Ao ficar sem efeito o evento – a parte musical obviamente que, como se pode apreciar pelo caos de tráfico diário na zona da Boavista, as corridinhas ninguém as quer perder, até porque já está gasto o cacau das estruturas (para quanto dá o dinheiro público. Só não dá para reparar consciente e definitivamente o piso da Rua da Alegria, por exemplo) – pois ao ficar sem efeito a música para o fim de festa, dizia, me apercebi, que de nós também se esperava o mesmo: um desfile interminável de todos os nossos “êxitos” dos 80 desde 'De manha eu bou ó pom', passando pelo 'Sim, soue um gaijo do Porto' e 'Binhu garrafas de binho' (muito solicitado nestas ocasiões) para culminar no 'Chiquelete', perdão no 'Chamem a Polícia', que até já eu me confundo.
Estará por isso a ser “inventada” uma nova classe profissional que integra e se denomina “Músicos dos 80”. Segundo a “crítica mais especializada” não se podem confundir (to mix up) nem misturar (to mix down) com os demais. Os demais, já se dediquem ao Jazz, ao Pop, ao Rock, à Classica (dita séria), ao Hip-Hop, Reggae, etc – tudo isto dito a rir, obviamente – podem inclusivamente, e dada a escassez de trabalho, integrar projectos múltiplos e realizar o que comunmente se designa como mestiçagem musical, misturando estilos, dos mais variopintos e que os “entendidos”, para não dar parte fraca, rotulam levianamente como 'World Music', dissimulando assim, o melhor que podem, a sua ignorância em Geografia, pois evitam ter que definir em que continente se situa a Somália ou o Uzbequistão. Aos olhos dos “opinion makers” estes músicos auferem de plena liberdade de movimentos e podem contracenar uns com os outros. Os Músicos dos 80 não. Como se tivessem um “selo de qualidade”, destes que a CE e a ASAE em particular, tanto se empenham em atribuir, como o da Vitela Galega. Uma espécie de denominação de origem, que quase parece o assumir de que são portadores de um qualquer vírus altamente contagioso. Que não nos ouçam os capos da Indústria Farmacêutica, que já temos notícia. Nem o Michael Jackson nos salva.
Claro que a coisa não vai bem, já que as próprias Emissoras Nacionais (assenta-lhes como uma luva este nome), que exercem uma espécie de ditadura divulgativa, compartem este ponto de vista e, dentro das suas possibilidades, vão perpetuando esta romaria.
Como se aos Rolling Stones se lhes pudesse negar a divulgação de tudo o que publicaram depois de Emotinal Rescue, porque terem querido “Brincar aos Bee Gees”, quando já não tinham idade para tal.
Por sua vez, a geração de homens e mulheres públicas (sem ofensa) instalada hoje no poder, cuida de forma inquestionável, para que esta “nova” espécie (Músico dos 80), não só não se extinga, mas lhes permita perpetuar esse síndroma de Peter Pan, pelo menos nos momentos em que, bem maquilhados, saem a confraternizar.
E é quando o Músico dos 80, em plena madurez da sua carreira, é solicitado para todo o evento, e confrontado com esse horizonte de intensa actividade que o 'futuro' (¿?) lhe reserva, agora que finalmente “assinou o armistício” e se sentou à mesa dos apóstolos do Poder.
Eu, pela parte que me toca, nunca quis ser músico dos anos 80. Tive que passar por lá, lá isso tive, mas faz tempo, e muito, que deixei de ser músico dos anos 80. Precisamente às Zero horas do dia 1 de Janeiro de 1990, tomei essa arriscada (pelo visto) e corajosa decisão. E aqui entre nós, e não me levem a mal, os 80 deixaram francamente a desejar. Ou não vos ocorre que o Pimba de hoje possa ter tido por antepassado o Neo-Romanticismo dos Roxy Music ou dos Classix Nuveaux. Ouçam com atenção.
Mas isto é só um desabafo.

Nos anos 80 realmente vendíamos fazenda a metro. Agora sim, damos música...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Does Humour belong in Music?

Does Humour belong in Music?



SIIIIIIIMMM!!!!
Nós, pelo menos, estamos totalmente convencidos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

The day after

O dia aquí está cinzento e, provavelmente também me parecerá cinzento no resto do continente. A Europa já falou e a mensagem é inequívoca: uma imensa maioria não está interessada. Ignorância? Descontentamento? É, sem dúvida, razão para reflexão.

Da minoria que escolheu exercer o seu direito de voto, em vez de passar um dia mais passeando-se pelas grandes áreas comerciais, só se pode concluir que a maior parte (pelo menos nalguns países) tem claramente assumida a sua aposta na direita mais conservadora em vez da direita mais liberal. É que o bloco central Europeu, onde se coze este exercício do “agora tu e depois eu” tem, já faz tempo, o controlo dos destinos da comunidade e, aparentemente, com esta vitória irá reforçá-lo, com o consequente cheque em branco ao Partido Popular dominante para legislar sobre a internet e outras “ameaças” ao sistema democrático (deles).

Para isto tem contribuido a notável consonância dos actuais partidos ditos socialistas – muitos deles no poder – com os partidos da direita mais conservadora, em matéria económica e social, ainda que, teoricamente, os seus respectivos programas manifestem o contrário. O constante “namoro” dos partidos da “esquerda moderada” aos agentes económicos dominantes e especuladores – bancos, indústrias farmaceutica e petrolífera, etc – e a indiferença que parecem demonstrar face à forma impune como a corrupção se instala nos aparelhos de estado, enquanto os povos empobrecem, coloca-os no mesmo patamar onde se instala a concorrência, mas com a desvantagem de serem menos experientes na “matéria”.
Por mais que a cirurgia estética avance e a “manada” estratifique a sua apatia, ao lobo com pele de cordeiro sempre se lhe nota o “cheiro”.

Bastava com que os cerca de 57% que ficaram em casa, também tivessem exercido o seu direito, em consciência, com alguma frase do tipo: Europa SIM, mas assim NÃO. E isso ter-lhes-ía tirado o sono aos 785 indivíduos, a quem pagamos inexoravelmente um soldo (com ajudas de custo ao quilómetro percorrido), com o qual muitos não podemos sequer sonhar. E possivelmente os seus patrões inventariam mais uma CRISE, mas não há crises nem gripes para as que, a seu devido tempo, não lhe encontrem UMA solução.

Entretanto aquí em Espanha, os diferentes partidos fazem as mais variadas e interessadas análises aos seus resultados e aos dos outros. Mas até isto já está gasto.

Quando um lider político afirma ter o apoio de uma ampla maioria da sociedade, baseado em algo menos que 23% do eleitorado, algo não quadra nos números. É que 42% dos votos, após uma abstenção de 46% dão exactamente esse resultado. E se é inegável que o seu partido ganhou as eleições (parabéns a você), os números também não têm discussão. Outra coisa é o método aplicado, mas isso também o inventaram os do costume.

Este foi o meu voto desde Vigo:

O Voto Inútil?

Outros optaram por:
O Voto útil

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Portugal sêmpre nu Curassom


Trabalhadores DE Comercio? Colo DE Pito? Será o Acordo Ortográfico já a fazer das suas?

Hoje o dia foi realmente diferente. E não exactamente porque tivéssemos chegado a Lisboa a tempo de comer "Leitão à Bairrada", o que, em si mesmo, já poderia ser considerado uma autêntica aberração. É que, já durante a viagem, nos propuseram "interpretar" 3 temas 3 em vez de dois. Por momentos pensávamos que, uma vez mais, aquela "ideia original" de Trabalhadores do Comercio=Chamem a Polícia lhe tinha ocorrido a alguém, mas, no fim de contas era genuinamente a necessidade de preencher programa, pela falta de outro "artista".
Estivemos de acordo em que o "Bares citadinos" era o tema do Iblussom, que mais poderia adequar-se a um programa como o Portugal no Coração.
Chegados à RTP encontrámos a primeira grande surpresa do dia: Alguém, na sua bem intencionada preocupação de não chocar o pagode presente, e pensando que a canção "No Colo do Douro" se chamava "No Colo do Pito" (e podia muito bem ter sido tal) se apressou a cognominá-la de "No Colo do Útero", forma com a que aparecia no alinhamento. Brilhante! Tê-lo-emos em conta e talvez se possa usar como música de fundo nalguma campanha de prevenção
De seguida, a grande surpresa da tarde viria já em forma de total descalabro cénico, quando em plena actuação, o playback do João acontecia sobre a minha voz, pois se tinha trocado intencionalmente a versão original de "Bares citadinos" pela versão "dos tios" que aparece no fim do disco 1 do álbum IBLUSSOM. Tão inesperado como hilariante, ao ponto de que não pudemos conter a surpresa nem a gargalhada. Menos mal que era "playback". A justificação? É que a versão original tinha "PALAVRÕES" no início (?!?).
À volta parámos em Aveiro e por entre umas excelentes sardinhas assadas e umas espetadas de tamboril e gambas no Mercantel, ainda deu para sublimar algo com a segunda parte do Barça-Manchester United, que deixa bem claro que quem manda em casa do vizinho, não são os da capital. A história repete-se.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A óptica do Porto Canal sobre o Dia dos Trabalhadores

Como outras estações de televisão, o Porto Canal também esteve presente na apresentação, em ante-estreia, do que será o novo álbum dos Trabalhadores do Comercio. E o Pedro fez uma Grande Repurtaige desde a porta do B-Flat até ao palco do mesmo, decorado com essa vista incrível do porto de Lerixões e dos barcos que nele fundeam.

sábado, 23 de maio de 2009

A TVI com os Trabalhadores



Esta foi a reportagem da TVI, uma das cadeias de televisão presentes no evento do dia 1 de Maio passado, no B-Flat Jazz Club, durante a apresentação do primeiro single do novo Álbum dos Trabalhadores.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Para que vejam que realmente aconteceu!

É inegável que o síndroma da televisão existe: ou seja se na TV disse é porque é verdade. Por isso aqui fica uma das provas que não nos deixam mentir. abrassu Serjom

2ª parte do Jornal da Tarde de 2009-05-01 - Jornal da Tarde

O dia 2 de Maio, foi outro Grande Dia Grande.

Pois no dia 2 de Maio, ainda mal refeito de tudo o que nos tinha acontecido nos dois dias anteriores e depois de um agradável almoço em família na praia de Leça, lá me dirigi ao Forum da Maia. Sound-check a partir das 6 (chjeguei um pouco tarde, coisa que não me agrada) e jantar com toda a equipa de músicos, técnicos, productores, etc do primeiro espectáculo do Festival de Música da Maia, onde se reuniam Vozes da Rádio e o legendário Conjunto António Mafra, num recital para o qual nos tinham convidado a mim e ao Tiago NewMax, aliás como já tinha sucedido na gravação do álbum Sete e Pico.
Toda uma experiência religiosa pisar o palco com aquele grupo, que representava o mais são e divertido da música popular da minha infância, por um lado, com esse quinteto de músicos e cantores de excepcional qualidade, que tivemos o previlégio de ter como colaboradores no álbum Iblussom e com um dos mais jovens e, ao mesmo tempo mais talentosos vocalistas que ouvi cantar em Portugal. A alegria que todos eles transmitem e a juventude que transpiram são indescritíveis (os Mafras principalmente). O prazer de cantar o "Binhu garrafas de binho" dos Trabalhadores com aquela roupagem vocal/instrumental é, no mínimo, insuperável e poder estar naquele palco, uma vivência que vai perdurar na minha memória.
Aqueles dois jovens da idade do meu pai, que foram dois dos elementos fundadores do Conjunto a que o António deu o seu nome, têm muitas histórias para contar, que vão desde as suas digressões por terras americanas, até experiências vividas em estúdios, que são autênticas Mecas da Música Universal e todos "aproveitámos" desse facto.
E para ilustrar tudo o que aqui vos conto, não percam a "reportagem fotográfica" do evento eleborada pela Maria Clara (creio) no Youtube, sob o nome MCNETVISUALS



e também com vídeo e audio do evento. Enquanto esperamos pelo DVD. O Público? com Maiúscula... Vejam só:



e depois no bastidores:




segunda-feira, 4 de maio de 2009

O single já rola no Myspace e em www.trabalhadoresdocomercio.org

Os últimos dias foram realmente muito intensos. Entre os ensaios e a preparação para essa efeméride universal, que vai sendo cada vez mais, o Dia dos Trabalhadores (do Comercio), não tivemos quase tempo para respirar. Dia 30 partímos para Tomar para um concerto integrado na Semana Académica da cidade que, apesar de estar programado para as 2.15 do dia seguinte (¿?) acabou a efectuar-se só a partir das 3.
No dia seguinte, ou melhor, um pouco mais tarde e só com 2 horas e meia de cama, tivemos que voltar para o Norte, de forma a chegarmos antes do meio-dia ao B-Flat e nos prepararmos para o grande evento. À hora combinada a RTP, a TVI, a RTV, a Porto Canal e o Público lá estiveram para recolher toda a informação e gravar as respectivas reportagens. A uma hora realmente pouco habitual, mas com um belíssimo dia como cenário, realizámos o nosso “xouqueize” e divertimo-nos como nunca. O Xico chegou um pouco tarde, mas ainda a tempo. Tive pena que não me tivesse ouvido a ler a sua prosa sobre o Douro, mas quem ouviu gostou. Como eu.
Depois ainda deu tempo para ir correndo ensaiar com as Vozes e os Mafras. Mais logo conto-vos.

terça-feira, 21 de abril de 2009

É já no próximo dia 1 de Maio - Dia dos Trabalhadores

Desde 1889 que o 1º de Maio foi instituido como o Dia Mundial do Trabalho, em Paris, mais tarde internacionalmente reconhecido como o Dia do Trabalhador, mas só em 2007 ficou formalmente assumido como o Dia dos Trabalhadores.
Pois este ano, quando quase se cumprem os 30 anos do projecto Trabalhadores do Comercio, estamos a ultimar a gravação de um álbum que verá a luz do dia, em vários formatos, depois do próximo Verão.
Por tudo isto, os Trabalhadores voltam a escolher o dia 1 de Maio para apresentar o primeiro single do seu novo álbum. Só que desta vez os temas têm lançamento “digital” no MYSPACE e na página oficial da banda www.trabalhadoresdocomercio.org, donde se poderão desgarregar gratuitamente.
A cerimónia, transmitida por vários media convidados, entre os quais e já confirmado o Jornal da Tarde da RTP1, vai ter lugar no novo espaço B-Flat de Leça da Palmeira, a partir das 13 horas desse dia feriado. Um pouco mais tarde terá lugar um “xou-queize” dos Trabalhadores.


Entretanto, se a curiosidade vos rói as entranhas, a pre-estreia de um dos "lados" do single ocorrerá já no próximo dia 28 de Abril, na Praça da Alegria da RTP1, a partir das 11 horas.

domingo, 29 de março de 2009

A RECONQUISTA


Vigo celebra este fim de semana o bicentenário da Reconquista da cidade que em 1809 estava debaixo de administração Francesa, coincidindo com o que, em Portugal, conhecemos como a 2ª Invasão Francesa -- realmente Franco-Espanhola -- debaixo do comando do General Soult.


Mas se algo 'reconquistou' Vigo com esta festa popular, foi o bolício dos anos 80 que, acima de tudo, me atraiu e convenceu a assentar arraiais nesta cidade, cada vez mais cosmopolita, mas que, há anos, não animava de forma tão inequívoca toda a zona do 'Casco Vello'.


Às 6 da tarde teve início uma extensa representação narrada/cantada, ao som da sanfona e que, desde vários palcos estrategicamente colocados em distintos pontos da belíssima Praza da Constitución, onde se sitúa o antigo Ayuntamiento, nos foi contando as estórias vividas pela população local e as, já então, qualidades camaleónicas dos políticos locais para adaptar-se às circunstâncias, no intuito de "manter a paz e a ordem" e causar o menor sacrifício possível à população. 'Tá-se mesmo a ver!


O alcaide Vazquez Varela foi fazendo sucessivos pactos com Chalot, o genral governdor da cidade (na foto à direita, montado a cavalo).
Um dos momento altos da celebração foi sem dúvida a triunfal entrada do Tenente do exército Portugues Baptista Almeida que, à boa maneira do político fanfarrão luso (já há 200 anos) terminou o inflamado discurso mandando os 'gabachos' (os Franceses) cantar a Marselhesa "p'ra puta que os pariu". Tal e qual.


Isto fez com que actores, figurantes e a 'peña' em geral se dirigissem estrategicamente para a Porta de Gamboa (que os portugueses conhecem melhor por ser um dos santuários do marisco Vigues) para ajudar na "reconquista" da cidade.

No preciso local em que, no tempo da desaparecida muralha, existia tal porta, havía agora uma reprodução espectacular com porta de madeira 'reforçada a ferro',
que os 'populares sublevados' com a ajuda de um ariete, romperam, permitindo-lhes a entrada no Casco Velho "fortificado".


A ÚLTIMA BATALHA
Recuperada a cidade, já só restava expulsar o exército invasor da região. O epílogo do episódio foi a retirada das tropas francesas num barco que partiu da Ria de Vigo "rumo a França".


Um dia realmente divertido em que as figuras incondicionais do bairro marcaram presença...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Já arde Galiza, já arde Portugal!!


“Arde Galicia con lume florestal, tamén arden os meus ollos con pupilas de metal”, cantavam os Resentidos de Antón Reixa, já lá pelo ano de 1988. E faziam-no por razões óbvias. Quase 20 anos depois, os Trabalhadores sacavam à luz o tema “Ardenmus olhus”, como resposta tão “politicamente correcta” quanto enraivecida, aos incêndios que devastaram o Norte de Portugal e a Galiza durante o Verão de 2006.
Ainda estamos só em Março de 2009 e os miseráveis que sacam proveito destas catástofres intencionadas não perderam tempo e aproveitaram “bem” o descuido dos governos de ambos países. Já ardem hectares de floresta em Zamora, Galiza e desde ontem no Parque Natural Peneda-Gerêz, no Norte de Portugal.
Ou seja, que a mensagem continua vigente: a cada um que apanhem com a mão na “massa”, que lha cortem. E da segunda vez, em caso de reincidir, que lhe cortem a outra que, pelos vistos, sobram-lhe ambas...
Nós deixamos ficar aqui a canção.

Ardenmus olhus

Abrassu

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Finalmente imagens de Carviçais 2008

Tenho andado à volta de mim mesmo sem parar e sem saber muito bem em que momento devo dar total liberdade à força centrífuga para que me ajude. Por essa razão, também, e porque ainda não terminei o meu quarto de trabalho em casa - isolamento, acondicionamento acústico, colocação dos equipamentos, etc - acabo a fazer estes serviços na sala de trás da empresa que é, acusticamente falando, uma vergonha.
Foi por isso, e por aquilo também, que tardei todo este tempo em dar o retoque final ao audio da gravação do passado Festival de Carviçais. Para não somar mais atrasos aqui estão duas amostras do que lá se passou no dia 3 de Agosto do ano passado, quando os Trabalhadores subiram ao palco.
Lucinda e Ispáncame ao vivo, gravado pela Digital Frame directamente a estéreo.
Divirtam-se...



domingo, 15 de fevereiro de 2009

Reiterando o Nortense


Afinal é verdade e confirma-se que não fomos nós que inventámos esta linguagem "Nortense". Está documentada em exemplos como os que aparecem aqui e é mais velha do que nós.



Encontrámos este bordado no Museu do Alvarinho em Monção, hoje que, finalmente fazía um bom dia para meter rodas ao caminho e ir arejar um pouco. Mais que tudo necessitáva de respirar ar impoluto, depois da "prisão domiciliária" dos últimos dois dias a misturar um par de temas novos dos Trabalhadores. Atentos...




Dali a Castro Laboreiro é um saltinho. Vale a pena, que a serra da Peneda é uma curtição indescritível.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A 1ª HORA DE 2009


Apesar dos 4 convites para tocar com os Trabalhadores no Fim d'Ano, um deles por triplicado, por esta ou por aquela razão, acabamos por não chegar a nenhum acordo: coisas da “crise”. Assim que uma possível solução era ir por aí “distribuir” notas de 50 (ou de 100) ou, o que é pior, assinar talões de pagamento por VISA. Uma terceira alternativa era ficar por casa e por ela optámos. No fundo uma opção muito em consonância com os hábitos galegos e espanhóis em geral, pois neste país muita gente faz um jantar familiar, passa o ano no aconchego do lar, na espectativa de não se atragantar com as 12 uvas da praxe* e então depois – só depois de se certificar que o ano entrante vem com boas intenções e que os vizinhos suspenderam o “bombardeamento” do primeiro minuto** – saem de festa.
Assim sendo, passámos a nossa primeria hora de 2009 em companhia do ecrã, zapeando entre a RTP Internacional (saudades de emigrante) e a TVE1. E nisto tive o primeiro mau pressentimento sobre 2009.
Já todos sabíamos que os bancos nos “roubavam” com mais ou menos descaramento desde tempos imemoriais, mas só em 2008 é que a maioria tivemos verdadeira consciência não só dos métodos aplicados, das quantias em jogo e, principalmente, da impunidade com que o fazem (e seguirão). Mas francamente pareceu-me um sarcasmo de mau gosto que a TVE tivesse o atrevimento de permitir à Mastercard não só anunciar no fulcro da viragem mas, e ainda por cima, permitir que os dois ZEROS de 2009 colocados sobre o relógio da Puerta del Sol de Madrid fossem os dois círculos do símbolo do producto.
Na esperança de ver algo mais imaginativo e prometedor mudámos para a RTPI. De repente pareceu-me que aquela “Espécie de Reveillón” do ano anterior tinha sido um programa “genial” e isso não era bom sinal.
Cavalheiros! Chega de OT, chega de “A Minha Geração” (ao qual recusámos ir – não fomos os únicos – por nos parecer um programa fraco e não concordarmos que nos impusessem o guião). Meus senhores, mudem de productores, de realizadores, de director se for preciso, mas puxem pela cabeça controlando os intestinos! Por favor!
E já agora a BT (ou qualquer nova autoridade criada expressamente pelo governo) devería começar a realizar provas de alcolémia à ENTRADA DOS PROGRAMAS para que nos poupem ao espectáculo triste...
Na Praça América de Vigo a festa continuava animada, apesar da chuvinha intermitente.

Que o resto de 2009 seja muito mais feliz para todos!

Sergio Castro

*Este costume, bem típico (e julgo que exclusivo) da España, remonta a 1909, um ano especialmente fértil em colheita de uvas, a tal ponto que os vinicultores da zona mediterrânea tiveram a brilhante ideia de distribuir o excedente pela população, convencendo-a de que comer 12 uvas durante as badaladas da meia-noite que assinalam a transição entre o ano que acaba e o que começa traría sorte a quem o fizesse. Tal deve ter sido o resultado que passados todos estes anos a tradição ainda se mantém. É mais dificil do que pode parecer e mais do que um já se entalou.
** Outro costume curioso e com diferentes riscos é o de vir à janela no primeiro minuto do novo ano, despejar uma mão cheia de petardos, dos mais ruidosos possível, sem se olhar a quem passa nem se preocupar com os veículos estacionados. Uma boa parte destes dispara o alarme com algumas das ondas expansivas e então a paisagem sónica ja é de guerra civil.