domingo, 29 de março de 2009

A RECONQUISTA


Vigo celebra este fim de semana o bicentenário da Reconquista da cidade que em 1809 estava debaixo de administração Francesa, coincidindo com o que, em Portugal, conhecemos como a 2ª Invasão Francesa -- realmente Franco-Espanhola -- debaixo do comando do General Soult.


Mas se algo 'reconquistou' Vigo com esta festa popular, foi o bolício dos anos 80 que, acima de tudo, me atraiu e convenceu a assentar arraiais nesta cidade, cada vez mais cosmopolita, mas que, há anos, não animava de forma tão inequívoca toda a zona do 'Casco Vello'.


Às 6 da tarde teve início uma extensa representação narrada/cantada, ao som da sanfona e que, desde vários palcos estrategicamente colocados em distintos pontos da belíssima Praza da Constitución, onde se sitúa o antigo Ayuntamiento, nos foi contando as estórias vividas pela população local e as, já então, qualidades camaleónicas dos políticos locais para adaptar-se às circunstâncias, no intuito de "manter a paz e a ordem" e causar o menor sacrifício possível à população. 'Tá-se mesmo a ver!


O alcaide Vazquez Varela foi fazendo sucessivos pactos com Chalot, o genral governdor da cidade (na foto à direita, montado a cavalo).
Um dos momento altos da celebração foi sem dúvida a triunfal entrada do Tenente do exército Portugues Baptista Almeida que, à boa maneira do político fanfarrão luso (já há 200 anos) terminou o inflamado discurso mandando os 'gabachos' (os Franceses) cantar a Marselhesa "p'ra puta que os pariu". Tal e qual.


Isto fez com que actores, figurantes e a 'peña' em geral se dirigissem estrategicamente para a Porta de Gamboa (que os portugueses conhecem melhor por ser um dos santuários do marisco Vigues) para ajudar na "reconquista" da cidade.

No preciso local em que, no tempo da desaparecida muralha, existia tal porta, havía agora uma reprodução espectacular com porta de madeira 'reforçada a ferro',
que os 'populares sublevados' com a ajuda de um ariete, romperam, permitindo-lhes a entrada no Casco Velho "fortificado".


A ÚLTIMA BATALHA
Recuperada a cidade, já só restava expulsar o exército invasor da região. O epílogo do episódio foi a retirada das tropas francesas num barco que partiu da Ria de Vigo "rumo a França".


Um dia realmente divertido em que as figuras incondicionais do bairro marcaram presença...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Já arde Galiza, já arde Portugal!!


“Arde Galicia con lume florestal, tamén arden os meus ollos con pupilas de metal”, cantavam os Resentidos de Antón Reixa, já lá pelo ano de 1988. E faziam-no por razões óbvias. Quase 20 anos depois, os Trabalhadores sacavam à luz o tema “Ardenmus olhus”, como resposta tão “politicamente correcta” quanto enraivecida, aos incêndios que devastaram o Norte de Portugal e a Galiza durante o Verão de 2006.
Ainda estamos só em Março de 2009 e os miseráveis que sacam proveito destas catástofres intencionadas não perderam tempo e aproveitaram “bem” o descuido dos governos de ambos países. Já ardem hectares de floresta em Zamora, Galiza e desde ontem no Parque Natural Peneda-Gerêz, no Norte de Portugal.
Ou seja, que a mensagem continua vigente: a cada um que apanhem com a mão na “massa”, que lha cortem. E da segunda vez, em caso de reincidir, que lhe cortem a outra que, pelos vistos, sobram-lhe ambas...
Nós deixamos ficar aqui a canção.

Ardenmus olhus

Abrassu