domingo, 27 de junho de 2010

Trinta Anos de Trabalhos na Casa da Música

0:20m. O público aguardava a hora do concerto.

Hoje 27 de Junho, no relaxe do Domingo, cabe fazer o rescaldo de uma semana (ou algo mais) intensa. Intensa de trabalho, de emoções, de logros e, acima de tudo de saudável convivência. Brilhava-lhe na cara do Medicis, a satisfação, na manhã de quinta, quando o deixei no aeroporto. Também se lhe via uma espécie de derme triste, por não poder ficar mais um par de dias e ir com o resto da maralha à FNAC do Mar Shopping. Mas como já vai voltar em menos de 2 semanas para mais concertos, digamos que passa rápido.
Foram ensaios intensos e de muito trabalho de preparação, entrecortados por outros trabalhos de promoção e encenação da intro, que adivinhávamos iria ter um forte impacto.
E nem imaginávamos que íamos poder contar com a luxuosa participação do Carlo Torlontano um músico italiano cujo palmarés é de estarrecer, e que se contagiou a tal ponto do espírito Trabalhador, que fez questão de se deslocar ao nosso local de ensaio, onde a trompa alpina quase não cabia (nem soava), para preparar connosco essa “Overture” do Hino à Desanexassom. Esta pequena 'sinfonía' – é tempo de chamar as coisas pelo nome – teve o início que realmente merece e vai tê-lo na versão discográfica também, cortesia que muito nos honra, do Carlo, que se comprometeu a gravá-la em Itália.
No CD só não vamos poder ter a “presença” de D. Sebastião, que muito terá ajudado a entender a nossa interpretação da estória que nos conta a História, mas essa estará lá para que todos possam analizar e opinar, que se agradece.
A Casa da Música, por sugestão do nosso grande amigo Carlos Feixa, deu-nos e teve a oportunidade de oferecer ao público da cidade, um espectáculo de música e estórias, todas elas fortemente enraizadas na nossa realidade cultural e que dificilmente poderemos repetir, justamente na noite mais emblemática, tradicional e emocionante que, cada ano, se vive em todos e cada canto do Porto: a noite de S. João, que assinala a entrada do verão.
E não foram poucos os artistas da fotografia que quiseram deixar testemunho de tão grande noite. O Alberto Almeida,























o Manuel Peixoto,



ou o Manel dos Verdes Campos


criaram uma larga colecção de instantâneos que dão uma ideia do que se pôde ali ver.
Momentos de grande esforço


de insuspeito patriotismo

de genuina devoção


Enfim, toda uma performance com Rei e Roque



FNAC Mar Shopping no dia 25
Já na sexta, com uma formação algo reduzida, fizemos o que decidimos chamar de “concerto complementar” à apresentação dos novos temas do álbum “30 anus de trabailhus isfursadus” – a sair em Outubro deste ano – na FNAC do Mar Shopping em Leça. Com uma surpreendente enchente, apresentámos pela primeira vez ao vivo o tema “Dálhe cordò cúcu”, interpretado pela voz quente da Daniela

e pela primeira vez na versão final do disco, de “A cançom qu'iu abô minsinoue” com essa teatral interpretação da Marta 'Miranda' e a guitarra portuguesa do Pony.

Aqui ficam algumas imgens do evento, gravadas pelas mãos firmes do Carlos Teixeira e também da Ni, que sempre diz que não grava, mas depois não resiste.
Entretanto, para quem tiver interesse, queremos deixar a mensagem que um CD (extra) com 4 temas do novo álbum e 4 videos, ficou disponível desde o dia 23. É uma edição de coleccionador, de 500 cópias e não terá repetição. Tem o título genérico de Gladiador. Em breve se poderá pedir através da página www.trabalhadoresdocomercio.com ou do nosso e-mail trabalhadores@gmail.com, ou ainda através do Facebook

sábado, 19 de junho de 2010

Saramago descansa!

Morreu Saramago e com ele uma parte deste Portugal que há séculos se debate entre a vida e a morte, entre o ser e o parecer. Com ele morreu uma parte da Ibéria, ou da Hispánia se preferirem. Sem ele, hoje, o mundo está mais pobre.
Saramago amava a sua terra, o país onde nasceu e acreditava que o mundo podia ser melhor, mesmo quando os que agora se apressam a improvisar solenidades e funerais de estado, lhe voltaram as costas e desautorizaram a escrita. Saramago amava profundamente a sua língua, que era, no fundo e verdadeiramente, a sua pátria. O homem que fez mais pelo reconhecimento universal da língua Portuguesa do que Camões e Pessoa juntos (perdoem-me a heresia os que pensam que o é) teve que exilar-se, qual Gladiador, em Lanzarote e, desde aí, continuar a fazer-nos chegar o seu pensamento.
Humildemente queremos deixar aqui a nossa homenagem, mais que ao escritor e prémio Nobel, ao homem, ao pensamento, ao carácter.
Saramago, descansa!

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